Estilos de Musica do Brasil

Estilos de Musica do Brasil
 


A Música do Brasil reflete a diversificada cultura da nação. Alguns dos gêneros musicais populares originários do Brasil mais conhecidos são principalmente o Samba, o Choro, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira.

Como chorões podemos destacar Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Altamiro Carrilho.

Exemplos de sambistas são Cartola e Noel Rosa.

Da Bossa Nova podemos destacar Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto.

Mas o Brasil tinha também um papel importante na tradição clássica. Considera-se que o primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, que viveu a transição do Brasil colonial para o Brasil imperial, sendo facilmente inserido no período do Classicismo. Durante o Romantismo, o nome de maior destaque foi Antônio Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, adaptação do romance homônimo de José de Alencar. No século XX destaca-se o trabalho de Heitor Villa-Lobos, responsável pela assimilação pela música erudita de diversos elementos da cultura popular, como os violões e determinados ritmos.

  • Samba
  • Choro
  • Bossa-nova
  • Música Popular Brasileira
  • Música do Pará
  • Baião (música)
  • Música sertaneja
  • Pagode (música)
  • Maracatu
  • Frevo
  • Forró
  • Ciranda
  • Gêneros gaúchos
  • Lambada
  • Funk carioca
  • Gospel
  • Polca-Rock (Mato Grosso do Sul)
  • milonga [rio grande do sul}
  • chamamé [rio grande do sul]
  • xote [ rio grande do sul]
  • vanerão [rio grande do sul]
  • chamarrita [rio grande do sul]
  • terno-de reis [folclore brasileiro açoriano]
     

O Samba é a principal forma de música de raízes africanas surgida no Brasil. O nome "samba" é, provavelmente, originário do nome angolano semba, um ritmo religioso.

Samba comum

O samba é caracterizado por uma seção de ritmo contendo a marcação, geralmente surdo ou tantan, o `coração do samba'; e seu núcleo mais importante é geralmente reconhecido como cavaco e pandeiro. O cavaquinho é a conexão entre a secção de harmonia e a secção de ritmo, e costuma ser reconhecido como um dos instrumentos harmônicos mais percussivos existentes; sua presença, via de regra, diferencia o verdadeiro samba de variações mais suaves como a Bossa Nova (embora haja algumas gravações de samba que não usem o cavaco, e.g. de Chico Buarque). O pandeiro é o instrumento percussivo mais presente, aquele cuja batida é a mais completa. Um violão está sempre presente, e a maneira de tocar violão no samba popularizou o violão de 7 cordas, por causa das sofisticadas linhas de contraponto utilizadas no gênero nas cordas mais graves. As letras falam basicamente de qualquer coisa, já que o samba é o ritmo nacional brasileiro. Esse sub gênero engloba todos os outros.

Artistas Famosos: Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Wilson Moreira, Teresa Cristina & Grupo Semente,Martinho da Vila

 

Partido alto

Esse termo é utilizado para denominar um tipo de samba que é caracterizado por uma batida de pandeiro altamente percussiva, com uso da palma da mão no centro do instrumento para estalos. A harmonia do partido alto é sempre em tom Maior. Geralmente tocado por um conjunto de instrumentos de percussão (normalmente surdo, pandeiro e tamborim) e acompanhado por um cavaquinho e/ou por um violão, o partido alto costuma ser dividido em duas partes, o refrão e os versos. Partideiros costumam improvisar nos versos, com disputas sendo comuns, e improvisadores talentosos fizeram sua fama e carreira no samba, como Zeca Pagodinho, que é não só um grande sambista de propósito geral como um dos melhores improvisadores.

Artistas Famosos: Candeia, Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Aniceto do Império, Sombrinha, Nei Lopes, Almir Guinéto, Camunguelo


Pagode

Hoje é a forma de samba que se difunde entre as périferias dos centros urbanos do Brasil, surgida nos anos 80 com a introdução de três novos instrumentos, o banjo, o tantan e o repique de mão. Usualmente é cantado por uma pessoa acompanhada por cavaquinho, violão e pelo menos por um pandeiro. As letras são descontraídas, falam normalmente de amor ou qualquer situação engraçada. Quase sempre as letras não tem grande expressão, sendo a maior preocupação a aliteração do que o conteúdo.

Artistas famosos: Raça Negra, Molejo, Exaltasamba, Araketo, Jeito Moleque


Samba de breque

Hoje um gênero morto, as músicas do samba de breque eram intercaladas com partes faladas, ou diálogos. Os cantores, necessariamente, tinham um excelente dom vocal e habilidade de fazer vozes diferentes. As letras contavam histórias e eram jocosas.

Artistas famosos: Moreira da Silva

Samba-Canção

Muito executado nas rádios,com grande influências no estilo e na melodia do Bolero Mexicano e ballad americano. As músicas deste gênero são românticas e de ritmo mais lento. Os temas variavam do puramente lírico ao trágico.

Artistas famosos: Noel Rosa, Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Agnaldo Rayol, Dolores Duran, Maysa, Lindomar Castilho e Alexandre Pires.

Grupos famosos: Só para Contrariar  

Samba-Enredo

O samba enredo é o estilo cantado pelas escolas de samba durante os desfiles de carnaval. A letra do samba-enredo, normalmente, conta uma história que servirá de enredo para o desenvolvimento da apresentação da escola de samba. Em geral, a música é cantada por um homem, acompanhado sempre por um cavaquinho e pela bateria da escola de samba, produzindo uma textura sonora complexa e densa, conhecida como batucada.

Bossa Nova

A Bossa nova é um estilo originalíssimo de samba brasileiro que surgiu na década de 1960. Este estilo é uma mistura do Jazz com o samba. Durante muito anos foi samba das praias e bares do Rio de Janeiro. Hojé um dos estilos mais comuns no Brasil inteiro, se caracterizando como o samba das festas, restaurantes e reuniões informais criado pelo ilustre cantor e músico João Gilberto, acompanhado de outros como o Tom Jobim. A Bossa Nova foi bem original no seu estilo criativo, pois introduziu o repique de mão e a viola eletrônica, imitando a guitarra nos tons mais finos, fazendo uma melodia com forte influência das melodias americanas misturadas com batidas abrasileiradas. É cantada geralmente por uma pessoa em tom suave e convidativo.


A palavra 'bossa' era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos cinquenta , significava 'jeito', 'maneira', 'modo'. Quando alguém fazia algo de modo diferente, original, de maneira fácil e simples, dizia-se que esse alguém tinha 'bossa'. Se o Ricardo desenhava bem, dizia-se que tinha 'bossa de arquiteto'. Se o Paulo escrevia, redigia bem, tinha 'bossa de jornalista'. E a expressão 'Bossa Nova' surgiu em oposição a tudo o que um grupo de jovens achava superado, velho, arcaico, antigo. Sim, mas o quê era julgado superado e velho, na música popular brasileira? 'Tudo',dizia a mocidade bronzeada de Copacabana.

·   A tristeza e melancolia das letras, a repetição dos ritmos 'abolerados' e dos 'sambas-canção'; era tudo a mesma coisa, não obstante os grandes cantores da época: Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Carlos Galhardo. Lindas valsas e serestas? Sim, e daí? Daí é que algo tinha de ser feito.

·   Diferentes harmonias, poesias mais simples, novos ritmos. - Ritmo é batida, como do relógio, do pulso, do coração- E Bossa Nova é batida diferente do violão, poesia diferente das letras, cantores diferentes dos mestres. A Bossa Nova não seria melhor nem pior. Seria completamente diferente de tudo, mais intimista, mais refinada, mais alegre, otimista. Diferente. Não começou especificamente num lugar, numa rua, num evento, num Festival. A rigor, ela não é nem um gênero musical. É o tratamento que se dá a uma música, em termos de 'batida' e de ritmo.

·   O primeiro grande marco inicial da Bossa Nova aconteceu em primeiro de março de 1958,quando João Gilberto cantou, com a batida de violão diferente, 'Chega de Saudade', posteriormente gravada por Eliseth Cardoso, no disco 'Canção do amor demais'. Em 1956, ninguém falava em Bossa Nova, mas o apartamento onde morava Nara Leão, no Edifício Palácio Champs Elysée, em frente ao Posto 4, já era ponto de reunião dos rapazes bronzeados de Copacabana: Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli e outros. Não se compunham músicas ali. Ouviam-se. E trocavam idéias.

·   Só no ano seguinte, em 1957, João Gilberto chegou ao Rio e, certa noite, foi à casa de Roberto Menescal, na Galeria do mesmo nome, em Copacabana. E aconteceu o grande encontro: O ritmo encontrou a música e a poesia. 

Samba Reggae

É um novo estilo de samba que teve origem na Bahia em 2000 com muita força. Na década de 1980 havia manifestações culturais de batidas latinas misturadas com axé e melodias parecidas com reggae, porém estas manisfestações não impulcionaram o estlio para frente. Por volta de 2000, grupos como Gera Samba e Cidade Negra e a Cantora Daniela Mercury fizeram manifestações a favor da volta do estilo citado e sua propagação pelo Brasil. Assim, surgiu o Samba Reggae que, por sua vez, não manteve o mesmo estilo mas inovou com, além de istrumentos latinos, instrumentos de samba comum como pandeiro e tambor além de guitarra ou viola eletrônica no lugar do cavaquinho. O Samba Reggae é um samba essecialmente praiano, narrando cituações de praia ou vida de seus autores negros, geralmente como personagens de praia (surfistas, balconistas de bar ou restaurante, salva vidas...). Muitos grupos ainda estão em formação e, desta forma, este estilo de Samba ainda está em fase de testes. Talvez o Samba Reggae se torne um grande estilo no futuro, sem época definida.

Artistas / grupos famosos: Gera Samba, Cidade Negra,Daniela Mercury Margareth Menezes, Braga Boys, Inimigos da HP

Outras variantes

Samba de roda é uma dança ritual preservada em algumas cidades baianas.

Samba rock um estilo musical com fortes influências do funk e soul. Este estilo que surgiu no final dos anos 1980, não foi muito para frente devido a falta de apoio de grupos e também de ibope.

O Choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero musical, uma música popular e instrumental brasileira, com mais de 130 anos de existência. Os conjuntos que o executam são chamados de regionais e os músicos, compositores ou instrumentistas, são chamados de chorões. Apesar do nome, o gênero é em geral de ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso dos participantes, que precisam ter muito estudo e técnica, ou pleno domínio de seu instrumento. O choro é considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil e difícil de ser executado.

O conjunto regional é geralmente formado por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim e cavaquinho, que executam a melodia, o cavaquinho faz o centro do ritmo e um ou mais violões e o violão de 7 cordas formam a base do conjunto, além do pandeiro como marcador de ritmo.

Surgiu provavelmente em meados de 1870, no Rio de Janeiro, e nesse início era considerado apenas uma forma abrasileirada dos músicos da época tocarem os ritmos estrangeiros, que eram populares naquele tempo, como os europeus xote, valsa e principalmente polca, além dos africanos como o lundu. O flautista Joaquim Calado é considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para a fixação do gênero, quando incorporou ao solo de flauta, dois violões e um cavaquinho, que improvisavam livremente em torno da melodia, uma característica do Choro moderno, que recebeu forte influência dos ritmos que no início eram somente interpretados, demorando algumas décadas para ser considerado um gênero musical.

Alguns dos chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Alguns dos choros mais famosos são

  •  "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu
  •  "Brasileirinho", de Waldir Azevedo
  •  "Noites Cariocas", de Jacob do Bandolim
  •  "Carinhoso", de Pixinguinha

Dentre as composições de Heitor Villa-Lobos, o ciclo dos Choros é considerado a mais significativa. O chorão mais conhecido e ativo na atualidade é o virtuoso flautista e compositor Altamiro Carrilho, que já se apresentou em mais de 40 países difundindo o gênero.

Origem do termo

Existe controvérsia entre os pesquisadores sobre a origem da palavra "choro", porém essa palavra pode significar várias coisas.

  •  Choro pode derivar da maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX e os que a apreciavam passaram a chamá-la de música de fazer chorar. Daí o termo Choro. O próprio conjunto de choro passou a ser denominado como tal, por exemplo, "Choro do Calado".
  •  O termo pode também derivar de "xolo", um tipo de baile que reunia os escravos das fazendas, expressão que, por confusão com a parônima portuguesa, passou a ser conhecida como "xoro" e finalmente, na cidade, a expressão começou a ser grafada com "ch".
  •  Outros defendem que a origem do termo é devido à sensação de melancolia transmitida pelas "baixarias" do violão
  •  Dia do Choro
  •  No dia 23 de abril se comemora o Dia Nacional do Choro, trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.
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  •  Música Popular Brasileira é um acrônimo (uma sigla) que representa uma tendência musical brasileira a partir de 1966. Trata-se da música popular urbana de classe média surgida após a segunda geração da Bossa Nova. É uma música criada por pessoas nascidas a partir da década de 40 em diante. Não é um gênero como samba, modinha, lundu, bolero, choro ou música erudita, que são estilos definidos ouvidos predominantemente por classes sociais distintas. A Musica Popular Brasileira começou com um perfil marcadamente nacionalista, mas foi mudando e incorporando elementos de procedências várias.
  • Na cultura musical brasileira não existe muita resistência, por parte dos músicos, em misturar gêneros musicais. Por isso existem diversos gêneros híbridos, e outros que, ainda que não possam ser considerados novas linguagens,diferenciam-se ao não encaixar-se nas definições mais comuns de seus respectivos gêneros. Esses estilos musicais, híbridos e não demarcados, são genericamente classificados como Musica Popular Brasileira.
  • Consequentemente, a Musica Popular Brasileira não se restringe a um ritmo ou corrente. É simplesmente o nome dado à música brasileira ouvida predominantemente pela classe média, abrangendo estilos variados. Igualmente, os artistas representativos da Musica Popular Brasileira também não se notabilizam pela definição de um estilo musical, mas por apresentarem trabalhos diversificados e híbridos.

Musica do Pará

A Música paraense recepciona diversas influências através dos séculos. No século XX pode-se perceber um delineamento de suas características e de sua peculiaridade.

Ritmos regionais

  • Brega
  • Boi-bumba
  • Carimbó Kurimbô
  • Guitarrada
  • Lundu
  • Marujada
  • Siriá
  • Lambada
  • Forró  

 

Lambada

Surgida no Pará, a música lambada tem base no carimbó e na guitarrada, influenciada por vários ritmos como a cumbia, o merengue e o zouk.

Origem

Diversos relatos de paraenses contam que uma emissora local chamava de "Lambadas" as músicas mais vibrantes. O uso transformou o adjetivo em nome próprio, batizando o ritmo cuja paternidade é creditada ao músico Pinduca. O novo nome e a mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe caiu no gosto popular, conquistou o público e se estendeu, numa primeira fase, até o Nordeste. O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada de empresários franceses no negócio. Com uma gigantesca estrutura de marketing e músicos populares, o grupo Kaoma lançou com êxito a lambada na Europa e outros continentes. Adaptada ao ritmo, a música boliviana "Chorando se Foi" tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo.

Como acontece com certa freqüência em outras situações, a valorização do produto só se deu após reconhecimento no exterior. Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas tanto no mercado interno quanto externo. Os franceses, por exemplo, compraram de uma só vez os direitos autorais de centenas de músicas. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, incrementando suas carreiras, como foi o caso de Sidney Magal, Sandy e Júnior, Fafá de Belém e o grupo Balão Mágico. Depois dessa fase de super exposição, como acontece com quase todo fenômeno midiático, deu-se um natural desgaste com a consequente queda nas vendas até cessar a produção.

A Dança Carimbó

Antes de entrar na dança lambada devemos falar um pouco de uma de suas raízes: O carimbó. Dança indígena, pertencente ao folclore amazônico vem sendo dançado por lá há séculos. Ascendente directo da lambada é, na forma tradicional, acompanhado por tambores de tronco de árvores afinados a fogo. Atualmente o Carimbó tem como característica ser mais solto e sensual, com muitos giros e movimentos onde a mulher tenta cobrir o homem com a saia.

 

A Dança Lambada

A lambada dança teve sua origem a partir de uma mudança do carimbó que passou a ser dançado por duplas abraçadas ao invés de duplas soltas. Assim como o forró, a lambada tem na polca sua referência principal para o passo básico, somando-se o balão apagado, o pião e outras figuras do maxixe. Usa, normalmente, as cabeças dos tempos e o meio do tempo par, se começarmos a dançar no "um", para as trocas de peso (pisa-se no "um", no "dois" e no "e" - que é chamado comumente de contratempo). A lambada chega a Porto Seguro, e ali se desenvolve. Boas referências foram a Lambada Boca da Barra, em Porto, e o Jatobar em Arraial D´Ajuda, onde desde o início também zouks (lambadas francesas) serviram para embalar os lambadeiros. Tudo isso acontece na época do apogeu do carnaval baiano, que ditava uma moda atrás da outra, e numa delas, apresentou a lambada ao Brasil. Essa segunda fase da dança durou apenas uma temporada e foi um pouco mais abrangente que a primeira, que só havia chegado até o nordeste. Até esse ponto a lambada tinha como principal característica os casais abraçados. Era uma exigência tão forte que, quando da realização de alguns concursos, aqueles que se separassem eram desclassificados. No exterior e aqui, a lambada torna-se um grande sucesso e em pouco tempo estava presente em filmes e praticamente todos os programas de auditório aparecendo até em novelas. É a hora dos grandes concursos e shows. A necessidade do espetáculo faz com que os dançarinos criem coreografias cada vez mais ousadas, com giros e acrobacias. Depois de algum tempo, a música lambada entra em crise e pára de ser gravada. Os Djs das boates aproveitam então para simular o enterro do estilo musical. A dança perde destaque, mas sobrevive, pois já haviam sido feitas nas lambaterias muitas experiências com variados estilos de música que tivessem a batida (base de marcação) que permitisse dançar lambada, só para citar um exemplo, a banda de rumba flamenca Gipsy Kings teve vendagem significativa por aqui por conta da dança, então as músicas francesas, espanholas, árabes, americanas, africanas, caribenhas etc. viraram a "salvação" e solução para a continuidade do estilo de dança. De todas, o zouk foi o ritmo que melhor se encaixou na nossa dança tornando-se a principal música para dançar lambada.

Esta passa a ser dançada com um andamento mais lento, com mais tempo e pausas que praticamente não existiam na música lambada, permitindo explorar ao máximo a sensualidade, plasticidade e beleza da nossa criação. Os movimentos ficaram mais suaves e continuam fluindo, modificando-se à medida que ela incorpora e troca com outras modalidades. Contribuem ainda as diversas pesquisas, até fora da dança de salão, como por exemplo, as de contacto e improvização. Hoje a relação com o parceiro volta a ganhar valor, as acrobacias ficam praticamente exclusivas para os palcos e os locais para dançar reabrem em diversos estados.

Mesmo não tendo por parte de alguns o devido reconhecimento, a lambada mostrou-se um grande incremento profissional.

Encontramos lambaterias e professores de lambada em diversos pontos do planeta e ainda que a chamem de zouk, muitos viveram e vivem dela até hoje. De toda essa história ficaram óptimos frutos, por exemplo: uma boa parte dos talentos da dança de salão de hoje surgiram a partir da lambada; a apresentação da dança a dois aos jovens; a visibilidade internacional conquistada  a lambada é a nossa dança de par mais conhecida no exterior (mais até que o samba) e principalmente o resgate do direito de dançar abraçado, perdido a décadas.

 

Fonte: Luso Africa